Marcela, a ambientalista. Marcela é a minha única e estimada filha. Sou a “pãe” dela isto, é, pai e mãe. Coisas da vida.
Como acho que no mundo de 6 bilhões de pessoas só 500 mil pensam seu próprio pensamento, e eu acho que sou uma delas faço minha crítica às contradições. Pensar dói. Alguém já disse isto.
Marcela, a ambientalista, leva meia hora para tomar banho no chuveiro elétrico. Dois foras não é? Água e eletricidade. Eu acho. Ela não. Digo que quando começar a pagar para a Nestlé ou qualquer outro grupo estrangeiro que engarrafar nossa água com rótulo por exemplo de Petrópolis, ela tomará banho de caneca a 20 reais, no mínimo. Bem, aí já não estarei neste planeta. Meu sonho aliás é ficar deslizando como a mãe de S. Pedro no espaço sideral. Como? Você não sabe o que aconteceu com a mãe de S. Pedro? Vou parar tudo e contar.
A mãe de S. Pedro, segundo dizem os boateiros de plantão, quando morreu foi colocada num caixão de luxo, forrado de roxo e lantejoulas, e mandada para o céu. Claro, era mãe de S. Pedro! Lá chegando lhe perguntaram que boa ação tinha praticado na vida para angariar um lugar ao lado direito de deus-pai.
Ela disse: “tive um filho que virou santo e depois eu virei prostituta”.
Aí é que entra o problema. O porteiro do céu ficou com uma dupla mensagem – mãe de São Pedro e Prostituta! Que fazer? Aconselhou-se com amigos e querubins. Juntaram-se 13 (numero de sorte do Zagallo) e ela ficou achando que iria ser sorte para ela também. Não foi.
Veredicto – “prostituta não entra no céu”. E mandaram-na “justificadamente” para o inferno onde ela achava que iria encontrar os colarinhos brancos, cuecas com dólar, enfim figurinhas já conhecidas dela. “Menos mal, fico longe dos beatos, pensou ela, são muito chatos.”
Deu azar! Quem estava na portaria do Inferno? “Ele” o próprio ex-querubim, que pensou “agora vou dar meu troco” e deu, sem perguntar a ninguém, nada democrata (aliás, democracia existe?).
“Aqui, mãe de S. Pedro não entra”.
E até agora, está no espaço sideral, onde também narcísicamente quero ficar, pois é um lugar de liberdade total até penso ser encontrada num asteroide que me quebra o nariz e a alma. Mas tudo bem, isto faz parte da “vida X morte”. Eu que não tenho tantos méritos, pois não tive filho santo como já contei, a filha é apenas uma ambientalista, devendo levar uma traulitada do asteroide PQP 24, de cara. E só cuidei de gente. Só entrou até agora no meu consultório gente maravilhosa, portanto eu tenho muitas alegrias e poucos sofrimentos. Com certeza levarei uma porrada cremérgica de cara. Tudo bem. Eu aguento. Já aguentei viva!!
Mas, voltando à ambientalista.
O GOVERNO decretou que não pode mais haver sacos plásticos. Esta coisa, a gente (eu e o mundo grande e agora, no Brasil), usa para colocar lixo e a gente pensa que é gratuita. A ambientalista pensa também que é grátis. Comprou umas 50 bolsas de pano, cada uma mais linda que a outra. Eu mesma trouxe da Índia algumas.
Um dia ela sai para o supermercado com uma bolsa de pano, que pagou uma nota e me pergunta, “o que é preciso para a casa?”
Eu respondo calmamente: “sacos plásticos para o lixo”.
E ela comprou. Virou “brasileira”.