terça-feira, 4 de dezembro de 2012


URINOTERAPIA


A todos , procurem no Google que verão que esta terapia é usada há 5.000 mil anos no Oriente, e no Ocidente nos anos 60 e agora os americanos estão descobrindo de novo o ôvo de Colombo.


Assisti no National Geographic a volta de um estudo feito nos anos cinquenta do outro século:  A ingestão por parte de uma pessoa de sua própria urina.  Isto  considerado um resultado benéfico para sua saúde. 
Não foi bem explicado.  Mas eu tenho uma experiência interessante a contar sobre o que estudei nos anos sessenta, em que houve uma campanha mundial de uso de LSD (ácido lisérgico), nos hospícios.  A ideia era tentar fazer com que neuróticos internados ficassem psicóticos, para assim mais facilmente serem tratados.
É que haviam descoberto uma substancia chamada TARAXEINA na urina dos esquizofrênicos.
Tal substancia, tem (segundo estava nos livros) a mesma cadeia  (ainda não se conhecia o DNA), bioquímica absolutamente semelhante à do LSD.
Logo, os esquizofrênicos não precisavam tomar o LSD, pois a ideia era que em surto psicótico os neurônios  secretariam a TARAXEINA, motivo pelo qual aparecia a esquizofrenia.
Não vou me repetir.  Esta experiência foi feita também na Clínica Pinel em Porto Alegre quando lá eu estagiava.
Os neuróticos não enlouqueceram, só aumentavam em quantidade seus sintomas  (chatos).
Os esquizofrênicos não tomaram, é claro.
Pois bem, resultado zero.
Até hoje tenho pacientes “neuróticos” que passavam por esta experiência em grupos de psicanalises que proliferavam, em capitais como Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro.
Nos anos 70, na Pensão Margaridas recebi uma paciente que fazia psicanalise e segundo a família  surtara  após uma sessão de analise. 
Foi internada na Pensão Margaridas aos meus cuidados.
Como a Pensão não deixava (por experiência minha), ninguém entrar e se trancar no banheiro, um dia vi a moça tentando, com as mãos em concha tomar sua própria urina.
Prontamente fui à cozinha peguei um copo, coloquei uma etiqueta com o nome dela, pois ao lhe perguntar porque fazia aquilo ela me respondeu:
“meu analista  me disse  na semana passada – “você está tentando se libertar de seus objetos bons”, quando eu lhe pedi para fazer xixi.  Aí não sei mais nada.  Quando vi estava aqui”.
Mostrei-lhe o copo onde devia fazer xixi e que ficaria sempre no banheiro. 
É claro que ao comunicar o fato aos outros trinta pacientes no grupo operativo e na supervisão aos estagiários, foi um auê danado.  Só não me chamaram de bonita.
Fui  de maluca para porca, num instante.  Especifiquei que não haveria mal algum para a pacientes pois a  urina era dela.  Ninguém mais poderia toma-la.
Na verdade o resultado foi incrível.  A moça em poucos meses estava trabalhando.  Tomou sua própria urina durante um mês mais ou menos, dispensando-a depois.
Com psicoterapia psicanalítica se refez rapidamente e começou a trabalhar  de dia e à noite dormia na Pensão.
Mais ou menos uns seis meses após , teve alta.  Bem. Está bem até hoje.  Tenho o follow up de todos meus pacientes.  O Rio de Janeiro é pequeno e o Brasil também. 
Isto é outro assunto.  





SÓ FRASES


  1. “O câncer é a esquizofrenia das células”.  (Joao Jorge).  17 anos de idade em  1969.
  2. Todo aidético deveria fazer terapia (boa terapia para melhorar).  Eu.  (desde sempre).
  3. Engraçado, o Cachoeira ficar desidratado.  Nunca imaginei que desidratado fosse doença auto imune.  Incrível.
  4. Afinal o Lula bem como toda sua máfia também só tem dois neurônios.  E, eles nunca batem.  Há um professor, o dono do crime perfeito a seu lado no Planalto há mais de meio século.
  5. “Todos os loucos que conheço, menos eu e você, não fazem tratamento.  Nem sabem que são loucos”.  Norma S.
  6. A partir do começo do ano que vem vou dar aulas gratuitas em varias instituições.  Aprendi muito com as pessoas que cercam e sinto a necessidade premente de mostrar a quem quiser me ouvir, de passar meus conhecimentos a muita gente que ainda não sabe a diferença entre paranoia, esquizofrenia e doença maníaco depressiva.  E sofrem com isto.  Alias, socraticamente, me vejo cheia de “saberes” que quero passar adiante e ao mesmo tempo espero viver muito para saber o que não sei.  (a respeito do que seria o meu “trabalho”, que é na verdade um imenso prazer).  Me aguardem.
  7. Descobri que há um medicamento por aí contra o Mal de Alzheimer que vai brigar no comercio logo logo com o Viagra.  Lembro de um medicamento experimentado para pressão alta humana que hoje está nas prateleiras de Pet Shops vendido como remédio contra, pulga de cachorro.  É a vida!
  8. “Só um louco curado entende outro louco”.    Frase do meu 1 supervisor na Villa pinheiros – Rio – 1970 – citando um outro psicanalista.  Ele era o Dr. Jose Maria Maduro Paes Leme que ao me ouvir dizer a um paciente que saiu da Terapia Ocupacional aos berros dizendo  “EU  SOU DEUS”,  eu cheguei perto e disse “ AQUI DEUS SOU EU”.  Eu era chefe de Clinica e ele “paciente”.  Ganhou o que tinha poder.  EU.  Ver “Psicanalise Direta “ de ROZEN. 


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Assistem filmes engraçados sobre o fim do mundo no canal National Geographic. 

Os estocadores de alimentos para quando o mundo acabar.  Para os outros.  São aulas fantásticas  e engraçadas de Narcisismo que ninguém entende mas nos filmes a gente pode ver.  Parece a velha que aterrorizou minha infância comprando velas todos os sábados no armazém  dos meus pais.  O mundo ia acabar e ela sobrava, ela estava se precavendo.  É uma longa estória.  De morrer de rir.  Beijos a todos. Feliz Natal e Feliz  2013 , se  o Netanyahu  deixar.

Volta a pedir aos meus amigos “judeus, uni-vos e  acabem com o Hitler II.” 



terça-feira, 6 de novembro de 2012

PEDIDO DE DESCULPAS


Eu que persigo o Lula desde 1972, por algo que soube de sua vida particular através de minha convivência com muitos sindicalistas, hoje vou me redimir de todo o mal que fiz em falar mal dele. Devia ter votado nele.  Devia ter acreditado que sempre lutou pela Pátria como meu irmão que é um babaca que pertenceu a MR8 e custa 30 mil reais ainda não pagos enquanto Zé custa 500 mil e já recebeu .
Não devia ter imaginado que ele cortou o dedo de propósito com anestesia e não devia ter acreditado que não sabia de nada. Hoje lendo o jornal me dei conta que ele foi tratado por um certo alemão Dr. Alhzeimer e que ele não lembra de nada COITADO !!!
Abraços a Diretoria
E os Cubanos hein??? Será que vão para a Sibéria???

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

APAGÃO - REDE GLOBO

“APAGÃO” FANTÁSTICO!!!!!!!!!!!
O BRASIL GIRA EM TORNO DA REDE GLOBO.
GLOBO NEWS  “...ontem a noite, minutos antes da novela das  9 houve um apagão no Nordeste”.
Incrível pois sempre achei que um APAGAO vinha atrapalhar toda a indústria, o comercio, os hospitais, e toda a vida civilizada do Nordeste.  Fiquei satisfeita de saber que só afetou a AVENIDA BRASIL!!!!
FRASES DO DIA
1.       Estranho APAGAO DE BRASILI, hoje, 5.feira.
2.       Álcool faz mal ao corpo, a mente e a política.
3.       A maior parte das pessoas tem seu preço.
Triste!!!!  O Brasil hoje deveria estar de luto.  Vou comprar uma burca para ouvir alguns ministros.  Como diria o Boris Casoy “ isso é uma vergonha”!!!

domingo, 30 de setembro de 2012

JORNAL DA BAHIA, Salvador, sábado 16 de abril de 1983. LULA ACUSA “PELEGOS” QUE ESTÃO CONTRA GREVE GERAL.

“Os sindicalistas comprometidos com a classe trabalhadora estão enfrentando ferrenhamente  oposição para discutir a questão da greve geral.  Isso acontece porque ainda existe uma grande maioria de dirigentes sindicais pelegos e comprometidos com a estrutura sindical vigente.  São pessoas que não querem mudar nada do que está aí, porque se mudar para melhor as oposições sindicais vão conseguir tomar muitos sindicatos.”
Lulinha Paz e Amor, hein?  De 1983 para cá mudou bem de lado, como diria Mao Tse Tung:  “tanto se vai para a esquerda que se acaba na direita”.
Hoje estou mesmo Carminha Paz e Amor.
Publicado originalmente em: 23/09/2012

POIZÉ

Música – não me lembro do autor.  Letra - modificada por Carmem mais alguém com cabeça para fazer o resto.
“POIZÉ
FALARAM TANTO
QUE DESTA VEZ
A MAFIA TE ENTREGOU
ACHAVAM QUE ERAS O MAIORAL
MAS......”
(Para quem não lembra da letra e da melodia, Ataulfo  Alves cantava)
“ POIS É
FALARAM TANTO
QUE DESTA VEZ A MORENA
FOI EMBORA
DISSERAM QUE ELA  ERA A MAIORAL
E EU É QUEM NÃO SOUBE APROVEITAR....”
Publicado originalmente em: 18/09/2012

O VERTÍGIO - ANO 2005 D C


Havia ratos em abundância na minha casa.  Nada dava conta.  Agora  o “Má”  “o gato”  cujo cheiro espanta qualquer bicho começa pelos passarinhos que vem me visitar até os miquinhos que não podem pegar a banana que lhes deixo no alto do muro, pois temem o gato “Má” – o Inspetor Geral da Casa.
Voltando a 2005 DC comentei com alguém que não aguentava mais os ratos – rato mesmo, nada a ver com o Planalto.
A pessoa me disse que a Comlurb fazia este trabalho bem feito e que não oferecia risco para os meus amados vira-latas (na época:  Micke Tyson, Tina Turner,  Mao Tse Tung e Tininha.  Tudo “fera” no nome.  Tina Turner era pastora alemã racista e não gostava  mesmo de Tininha, que era preta.
 Pois bem, em sendo assim chamei a Comlurb, que prontamente, (????) me mandou um servidor.  O servidor se apresenta gentilmente.  Conto-lhe o que preciso.
Ele: “a sra. tem algum VERTIGIO? "
Meu deus, que será um vertígio?  Nunca ouvi esta palavra nem nas palavras cruzadas.  Deve ser uma coisa nova, algo de internet que eu  não entendo.  “Ou coisa de veterinário”.
Eu: “ o que é mesmo um vertígio?”
Ele:” bem, a senhora sabe....
Eu: “ não, eu não sei.  O senhor veio aqui para matar ratos ou eu me enganei?:”
Ele: “ tem que saber como é o vertígio.  A senhora guardou algum para me mostrar?”
Penso novamente e tenho um insight psicótico. Ah! Vertígio é o cocô do rato!!!  Não!!!  Estou louca. Ninguém v\ai querer que eu colecione cocô de rato.
Em todo o caso não custa perguntar, neste momento Kafkiano de minha vida.  Tudo pode ser o que não é.
Eu: “o Vertígio que o senhor fala é o cocô do rato?”
Ele: “ isto mesmo senhora!!!  (alívio de ambos).  Kafka puro.  Passarei a respeitar as baratas em vez de mata-las com meu “crack” da sola do sapato.
Aí ele me diz – “ se o vertígio é pequeno quer dizer que é “camundongo”.
Eu: “não, não é”.
Ele:  “ aí eu não posso fazer nada porque ratinho pequeno tem a ver com a Prefeitura.
Eu: “ sim....  O Estado, a  Comlurb, pega o médio.
Ele: Isso mesmo, a senhora está me entendendo’
Eu: “A ratazana é Federal?”
Ele: “ nunca tinha pensado nisto.  Deve ser”.
Eu: “ portanto, sem saber o tamanho do vertígio o senhor não pode fazer nada, senhor, como é o seu nome mesmo ?
Ele:  É  Joséph Levoski
Eu: “ que nome difícil”.
Ele: “é polonês......”
Ah.. Kafka de novo.  O homem mistura política com ratos.  Será mesmo da Comlurb ou do SNI?  Caramba onde me meti!!!
Eu: “ o senhor não vai fazer nada?”
Ele: “ não, quando a Sra. tiver meu vertígio “na mão” me telefona que eu volto.
Uns dias depois descobri meu “vertígio”  -  DE RATAZANA !!!!  SÓ PODIA SER!!!  COMIGO DÁ TUDO SEMPRE NO Planalto.  Gente fina!!! Eu...
Falando em Planalto soube hoje, 20/02/2012 DC que uma grande ratazana quem sabe  um TAPIR, caiu dentro de uma arapuca cheia de água vinda de uma Cachoeira, no Planalto.  Quem sabe um dia a gente se livra da Máfia Escancarada!!!  Who Knows??
112.09.2012.   de Carminha Paz e Amor.   Bom Dia a todos.

Publicado originalmente em: 15/09/2012



segunda-feira, 27 de agosto de 2012

LANÇAMENTO DO LIVRO UM NEURÓTICO NO DIVÃ - INSPIRADO NO TRABALHO DA DRA. CARMEM DAMETTO





A escritora Tamara Ramos acabou de lançar o livro UM NEURÓTICO NO DIVÃ, uma comédia filosófica baseada no estudo de psiquiatras e psicanalistas como Sigmund Freud, Carl G. Jung, Reich e ...Carmem Dametto!
A escritora conheceu a obra “Personalidade Psicótica e Psicose” vinte e quatro horas antes de enviar o NEURÓTICO para a editora e, após terminar a leitura, descobriu que precisava fazer diversas modificações conceituais no que se referia aos termos da loucura. O encontro com a obra de Carmem obrigou a escritora a trabalhar madrugada adentro até que fizesse jus ao trabalho da psiquiatra.
Tamara Ramos tornou–se então uma grande fã de Carmem Dametto e, inspirada pelo trabalho da médica gaúcha, interessou–se em aprofundar seu estudo sobre as complexidades da mente.
“Para mim, Carmem Dametto é um daqueles gênios que só serão reconhecidos daqui a uns 100 anos, quando a própria ciência avançar. Adoro a tese do “pênis analítico” e da abordagem anárquica, legítima e altamente eficaz da Dra. Carmem. Não dá para estudar psicanálise sem conhecer o seu trabalho. Qualquer estudo fica incompleto sem a leitura de Carmem Dametto” , diz Tamara.
UM NEURÓTICO NO DIVÃ está sendo recebido pelos leitores com grande entusiasmo, e sendo comparado à escrita de contistas russos como Nikolai Gogol e Dostoievski. A autora gosta de afirmar que trata–se de uma obra leiga (Tamara é formada em Direito e autodidata no estudo da psicanálise) e que por isso seu NEURÓTICO não deve ser levado tão à sério. Seja como for, a obra provoca profunda reflexão nos leitores e obriga todo mundo a repensar as escolhas que faz na própria vida.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Livro "Loucura - Mito e Realidade"

Meus Amigos, o meu livro chamado "LOUCURA - MITO E REALIDADE" já está a venda.

Quem tem o habito de ler em digital, o preço é bem em conta. Espero que gostem.

Minha editora: www.kbrdigital.com.br

Outras livrarias:
 www.livariacultura.com.br

segunda-feira, 30 de julho de 2012

O VIRUNDU


Bonita essa palavra, não?
 Estava eu 6.feira a noite vendo o começo das Olimpíadas com o Brasil jogando futebol contra Camarões. Nossas meninas fizeram gol de cara, as nossas queridas atletas, vibrei. Só que, ao se formarem no campo não sabiam O VIRUNDU. Isso é muito triste. Fazem gol que é uma coisa dificílima e não sabem O VIRUNDU.
Lembrei do meu querido Flexa Ribeiro (Andrews), que me dizia: “minha filha, esses alunos aprendem química, física, matemática e não aprendem O VIRUNDU”. Disse-lhe que não sabia do que se tratava. Ai ele cantou: “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heroico o brado retumbante, E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da pátria nesse instante.” Não heroicobrado, é heroico brado, por favor!!! Eu acho que os dirigentes dos atletas talvez também não saibam O VIRUNDU. Eles tem sempre muitas tarefas, ir atrás de dinheiro, bolar uniformes para ganhar um extra ou pode ter tido um problema na sua própria formação do que chama hoje de ensino fundamental. Fico muito triste mesmo, pois o tal DO VIRUNDU é o Hino Nacional Brasileiro que é fantasticamente lindo. Mais do que o Italiano que até o Schumacher adora. Eu, como descendente de europeus não sabia português e tive que estudar em escola rural municipal em Carlos Barbosa, RS. Tive um curso primário primoroso e a professora nos ensinava a cantar o nosso Hino. Aliás, ele, e todos os outros hinos brasileiros que faziam parte da capa dos cadernos. Era horrível não saber os hinos todos. Baixava a nota. Hoje, neste país Macunaímico pede para os atletas, provavelmente, para mexer os lábios na hora de cantar o hino nacional. Eles o fazem, mas não tapeiam ninguém. Assim caros senhores da CBF me proponho gratuitamente a ensinar O VIRUNDU para que eles cantem. Vou explicar para eles, claro, do que se trata quem escreveu a letra e a musica que não foi o Lamartine Babo e quando foi a tal de Independência do Brasil. Mas que o sete de setembro, não é um feriadão. E que o Ipiranga não é um Posto de gasolina da Petrobras. Aguardo o chamamento. Até a próxima Olimpíada.

BATMAN X CORINGA


Incrível! Acordar de manhã e ouvir uma noticia terrível como a morte de 12 pessoas num cinema. Até um bebê. Um americano fez isso em sua própria casa e não no Iraque como Bush e na Síria como Obama. Tudo bem, isto é politica e terrorismo. O rapaz estudava neurociência. Isto pode levar, (na minha vã filosofia, adquirida por conta de minhas vivências infantis), o sujeito a pensar sobre a existência ou não de Deus. Todas as religiões tem um Deus. Um Deus fora de cada um de nós e que dá conta de cuidar de todos nós. Aprendi isso em criança no catecismo. Depois assisti sermões em missa desde 4, 5 anos de idade em que os padres vendiam cadeiras no céu, e falavam, por exemplo: que o Sr. João da Ferraria tinha lhe prometido um porco e uma galinha e que outra paroquiana tinha que casar de preto. Enfim eram coisas Fellinianas que me levaram a conclusão que este Deus não deveria existir. Devia existir sim, alguma outra coisa que eu não sei até agora. Estou assistindo sempre a procura cientifica do começo do mundo. Até agora não tive resposta como vocês meus leitores. Portanto desde pequena não acredito no Deus do Papa Bento. Acredito no deus do Joao XXIII, porque ele era puro de alma. Aparecia isto na sua doçura na gordura e sua bondade. As freiras com as quais fiz o ginásio, a maioria extremamente má como pessoa, se diziam noiva de Cristo. Jesus Cristo um grande sujeito, meu ídolo que não sabia que iria virar uma multinacional fantástica, com direito a Banco, lavagem de dinheiro e todas as outras sacanagens politicas e sexuais, que não vamos tratar aqui agora. Sou apenas uma ledora psicanalítica de noticias. Juntando lé com cré, imaginei Coringa, um assassino absolutamente frio e doloso e não apenas um assassino Louco. Há probabilidade raras, de um louco se tornar violento. Vi sua cara de paisagem na TV, e seu olhar era de psicótico. A postura de arrogância de american citizen Muito bem, muitos físicos e matemáticos, com traço de personalidade esquizofrênica chegam numa hora qualquer nos seus experimentos, não sei por que, chegam a descobrir que Deus não existe. Aquele que tudo vê e tudo faz. Neste momento (da descoberta de algo importante nos seus experimentos) eles ficam loucos, pois são propensos à Loucura e seu ego despedaçado perde-se de seu deus particular. Voltando ao Coringa, tem genes para esquizofrenia (psicose) , porém um esquizofrênico surtado não tem capacidade e nem vontade de matar os outros. Ele pensa em SE MATAR. Se chegar a matar alguém, raro, é por “acidente”. Não é doloso. O doloso é o que nasce com genes de bandido e BANDIDO NASCE BANDIDO E MORRE BANDIDO. E ninguém entende o que se passa na cabeça dele por isso o chamam de maluco. Coitado dos loucos!! O bandido pode ser diabético, esquizofrênico, louro, cineasta, deputado, banqueiro ou senador. Enfim para botar uma mascara contra gazes para jogar nos outros o Coringa se protegeu e tinha um apartamento cheio de armas coisa impossível para um psicótico. Me incomoda profundamente ouvir da mídia que não compreende o bandido, e nem eu, e chamá-lo de louco. O louco é compreensível. Para compreender o bandido tem que ser bandido, não acham? Volta a falar da falta de um deus e um diabo interno e não Deus que se existisse as pessoas seriam saudáveis e felizes pelo que contam os assessores terrenos dele. Não haveria fome na África, no nordeste os caras da Sudene já teriam resolvido o problema da seca, enfim NÃO haveria bandidos no mundo inteiro. Aliás, o primeiro bandido chamado Caim, segundo me consta foi o Deus que fez, ou foi o Diabo???? MAS DEUS NÃO MANDA EM TUDO? Não quero aqui provar nada , só mostrar a hipótese que tenho do Coringa (rapaz que matou as 12 pessoas). Acredito que o rapaz tenha enlouquecido ao descobrir a inexistência daquele Deus que fez o Céu e a Terra (ele estudava neurociência) e deu de cara com o seu bandido interno, que todos temos na fantasia, a não ser os mentirosos. Em vez de pensar como nós, ele AGIU e matou por ser bandido e não por ser esquizofrênico. Todos nós temos deus e diabo na fantasia, não quer dizer que vamos matar alguém, não temos o genes homicida. Isto é um recado geral, pois psiquiatras escandinavos (treze) achavam que um rapaz que matou várias pessoas (setenta) é esquizofrênico (da Noruega). Querendo que agente pense que Hitler era coitadinho, esquizofrênico e não genocida. Alias tem mais gente que precisa ir para a Corte de Haia, em vez de ganhar o Premio Nobel da Paz. Falando nisso meu diabinho interno acaba de me informar que o Catarata (Cachoeira) não tem nem deus nem diabo dentro dele, vai acabar encontrando um cara igual a ele. Vocês se lembram do PC Farias?? Eles devem ter outro tipo de Deus – o que joga, fiscaliza e cobra pênalti no fim do segundo tempo aos 47 minutos e 30 segundos. E o gol sempre é contra. FIM

quarta-feira, 11 de julho de 2012

VIAGENS - LENINGRADO


Ano de 199?? Estamos em frente ao Hermitage, (museu tão bom ou mais maravilhoso que o Louvre) quando nossa guia, de 24 anos, aluna do Curso de Turismo, casada e com um filho), diz: “vocês tem maridos maravilhosos”. A minha amiga de viagem também é medica e solteirona como eu, levamos um susto com a frase. Perguntamos o por quê? -A guia: para pagar uma viagem tão longa e tão cara. Eles devem ser muito legais. -Nós: Não, não temos marido. Nós trabalhamos. -A guia: como? -Nós: somos médicas. -A guia: e vocês trabalham? Não ficam no salão de beleza como se vê nas novelas? (obrigada Globo, isto é que mostrar o país-bosta que nos consideram lá fora!) - Respondemos: Não, a gente não vai a salão. As novelas são pura fantasia. - Ah, então no Brasil as pessoas trabalham? (não Pedro Bó, todos como diria o Rockfeller, acordamos cedo um dia, tivemos sorte e descobrimos um poço de petróleo). - Respondemos: Sim, os que conseguem emprego trabalham. - Guia: Eu pensei que só aqui a gente trabalhava. (Realmente não era um ser pensante e nem poderia ter o direito de usar o verbo pensar). Mas para o resto que ficou da Rússia, onde todos eram empregados do Governo, e lá como cá não faziam nada, Ela estava se saindo bem. (Falo dos funcionários do Planalto). Era Guia 4 horas por dia. “Muito cansativo”. Segue, quantas horas vocês trabalham? - De 12 a 15 horas por dia. (quase desmaiou). -Guia: Nossa! (tudo em espanhol, pois no Brasil se fala espanhol. Obrigada Globo e suas novelas. Muito esclarecedor. Ainda bem que não nos disse que a capital era Buenos Aires. A gente merece. - Guia: Posso fazer outra pergunta? - Claro! (devíamos ter cobrado por esta resposta). - Guia: Minha avó que tem mais ou menos a idade de vocês fala muito “num tal de Lenin...” - Nós: Nos entreolhamos apavoradas, com tamanha falta de conhecimento. “Vocês não estudam História no teu curso de Turismo?” - Guia: Não, é só turismo. -Nós: Mas para turismo tem que saber história, geografia, ler os Dostoievski da vida.... -Guia: Quem? Dosto..... o quê? Assim era demais. Igual ao cara que na Globo disse que o Graciliano Ramos estava na Feira de Livros de Ribeirão Preto há 20 dias atrás. Enfim ignorância é coisa universal. UFA. QUE ALIVIO) - Nós: nada. Esquece. - Mas o Lenin? --Nós: Estamos em Leningrado, você sabia? -Guia: Não, aqui é São Petersburgo. -Nós: Antigamente se chamava Leningrado. -Guia: Tem a ver com o Lenin da minha avó? -Nós: Tem. Este senhor pensava em fazer um mundo melhor. - Guia: como? - Nós: Ele e um tal de Marx! (aqui me lembro do Brizola nos seus comícios antes de 1962, no interior do RS quando dizia: “o companheiro Carlos Marques”, e todo gaúcho achava que o “companheiro” tinha nascido no Bagé e pregava a divisão das terras para os mais pobres. As do Brizola eram no Uruguai, portanto não haveria problemas. -Guia: Quem era esse tal de Mar... - Nós: Era um alemão que também pensava em um mundo melhor. Você não estudou que houve uma revolução aqui e que mataram a família toda de “um tal de Czar”? (já entramos nos termos dela, claro!) Não está nos livros de História? “Não sei”. Precisa se informar. Guia de turismo precisa saber muito. Cheguei a cogitar que “um tal de Stalin” tivesse apagado também a Historia. Tudo é possível. -Guia: então, o Lenin era um sujeito bom? -Nós: Era. Os finlandeses é que continuam a adorá-lo. -Guia: Finlandeses? Mas isto é outro país. Nós: É, mas eles gostam dele pois devolveu sua independência como país. -Guia: que bonito. -Nós: muito. - Guia: Ah, bem então, este Lenin existiu mesmo.  Pensei que minha avó estava ficando maluca, que tudo é “quando Lenin estava aqui, isto não era assim”. -Nós: Pois é viajando e aprendendo. Coitado do Lenin, cheio de estátuas dele em S. Petersburgo e ninguém talvez saiba quem ele foi. C’est la vie.
Publicado originalmente em: 24/06/2012

segunda-feira, 9 de julho de 2012

REUNIÃO DE CÚPULA NO MEU BANHEIRO


1. A balança me disse que meu peso não garante a sustentabilidade dela.
2. Pergunto eu. Que será da indústria cacaueira? Revolta geral entre minha voracidade biodegradável, uma parte da economia mundial e o comando de uma balança falante Biodiversidade, é coisa séria mesmo. É o que está falando a Hillary (tá rindo de quê, Hilária. Do peido de alguém ao lado?), você que deixou parte do marido para uma Monica qualquer, que usou apenas uns centímetros da Bio-Clinton-diversidade, não sabe nada mesmo.. Vai para casa – Go Home, como nos velhos tempos. Dilma, cala a boca dessa mulher que pensa que é dona do mundo, manda ela esfregar o chão com casca de coco para ver como é bom. Falando nisso – Maria Erundina hein?? Mostrou que tem culhão o que muito cara que pensa que é macho, não tem. Voltando à biodiversidade. Adorei a mulher, (não sei se foi sacanagem ou não), que respondeu a um repórter se ela sabia o que era biodiversidade. Ninguém na rua sabia, aliás nem ele e ela respondeu com cara de paisagem – “é alguma coisa que tem que ver com o Dalai Lama?” Genial heim? Morri de inveja dela. Esta coisa de biodiversidade fez muita gente se sentir burra. Igual a um painel que existia na construção de um edifício de ricos aqui no começo da rua. O painel dizia “venha ser vizinho da natureza”. Ficava me perguntando o que seria a tal “natureza”. Um Colégio de Freiras, uma planta, uma sorveteria? Achei incrível que alguns ricos tenham comprado aqueles apartamentos. Ou estou com mania de grandeza ou – eu sou a natureza, meu vaso de flor de plástico, a rua, a Rocinha, as pessoas, o super mercado, enfim tudo que há no mundo incluindo as catástrofes e a poluição. Não sei mais nada. Vou ter de perguntar a um amigo geógrafo se estou certa ou preciso fazer um curso de biodiversidade de onde um monte de pessoas, ganhou uma bolada de dinheiro. Até a água no posto seis, era vendida a três reais, o copo. ONG, né? Hah – Agora entendi tudo – biodiversidade é o nome de meu grande Banco Multinacional onde quem chega perto do chefe ganha muito dinheiro. Resolvi o enigma já posso dormir. A insônia é uma merda. Boa noite ou melhor feliz madrugada. Jesus eu prometo nunca mais ter de olhar para a cara de uma mulher como a Hilária que enfim decidiu o que fazer com a mesma (cara) – uma boa plástica e um rabo de cavalo. Finalmente acertou. Óleo de Peroba nela. Go home Hillary!!!. Bom dia a vocês. Ps: antes que me esqueça depois de ouvir a frase altamente educativa, tive o prazer de ver uma propaganda, meiga que só ela. Primeiro, ela começa falando de uma “viagem.” Será que vão fazer propaganda de LSD, pensei eu, da “Velha Guarda”. Não, seguiu assim: “Red Bull, te dá asas, mas só se você beber”. Genial. Viva os publicitários que não pensam na saúde de ninguém. Logo, logo, veremos uma ONG vendendo “ auaska” (ayahuasca). Tomara que ponham uma saca da mesma na Adutora de Aguas de Brasília. Ninguém mais mentiria. Doido não mente!!!!!!!!!!!!! Isto seria um grande barato para nós o povinho pagante PASSA A RÉGUA

domingo, 8 de julho de 2012

GLOBOCRACIA


Preciso definir o que é ISTO. É uma ditadura da burrice e do mau caratismo, que vou perseguir até morrer. Não quero e não vou ser mandada pela Globo, nunca. Sou livre. Será que, parafraseando Fernando Pessoa, só eu sinto as porradas da Globo? Ou as pessoas tem medo de seu poder? Quem foi o professor primário dos Marinho? Hitler?. O que estão fazendo da “minha patriazinha?” (Vinicius de Moraes). Subcultura e mau-caratismo. O SENAI, o SENAC, o SESE etc, etc, estão fazendo o diabo para alfabetizar este povo sofrido e mal preparado para tudo e vejam o que a Globo anuncia depois das “meninas da patriazinha” ganharem o voley das chinesas. “A partir de amanha, fale com seu chefe (jeitinho!), faltem à Faculdade, (de noite só tem faculdade, não tem ensino primário, não é Globo? Pois devia ter) deixem tudo para assistir o FUT-SAL aqui na TV ESPORTE”. Dá para aguentar isto? Até eu que sou de Carlos Barbosa, não vou deixar de trabalhar para ver minha pequena cidade nativa que entrou no mapa, não por causa da Tramontina, mas por causa do Fut-Sal. Ah! Você não sabia que a Tramontina que emprega milhares de pessoas é de Carlos Barbosa, né! O cara da Globo sabe? Não. Nem sabe que o Graciliano morreu. Que coisa triste. Não sabia até hoje porque choro ao ouvir o Hino Nacional. Agora sei. Minha Pátria que eu conheci em criança era outra. Muito diferente e a gente pensava no futuro com alegria, pensava em prosperidade, um Brasil Grande. Agora só se vê corrupção. E a Globo trazendo os “tempos modernos”. Voce que transmitiu esta besteira, você já pensou que havia crianças, adolescentes e não só velhas como eu assistindo você? Ou você não tem pai? Voce já pensou o que um casal pensante pode ter pensado de você? O mesmo que eu. Na haveria emprego ou dinheiro que me obrigasse a dizer tamanha sacanagem. Isto é IMORAL, ANTI ÉTICO. VERGONHOSO. Logo depois da Globo ganhar uma grana com a Biodiversidade? (vocês da Globo, para ganhar dinheiro dão um curso às 6 horas da manha. Para quem? Para os insones? Não é para o trabalhador e nem para as pessoas que tem que estar na aula para que no futuro não venha a falar as besteiras como esta. Espero. Eu ainda espero. Espero com veemência que a Globo se afunde ao chegar alguém lá de Brasília e cobre suas dívidas com o INSS. Não sei se vai aparecer macho para isto pois a Globo é monstruosamente destrutiva e poderosa. Mais que as outras estações de TV. Com certeza. Ps: Dilma Roussef , tu que tens ministros, manda um deles ou inventa outro- “ministério da Audiçao” para ver TV o dia inteiro e saber o que está havendo no Brasil, com os “Poderes Paralelos”. São muitos mas o mais perigoso é o que as pessoas escutam. “Tome uma braminha”. “Coma Iogurte”. Isto é muito, mas muito pior que dizer “use cocaína”. E você que já foi gaúcha como eu, sabe o que estou dizendo. TOMA POSSE DESTE PAÍS. Tu foste eleita. Eu assisto a Globo porque faço questão de aquilatar diariamente a que a nossa mídia quer nos reduzir. Como diria o cômico TOM CAVALCANTI     “Passa a régua”.
Publicado originalmente em: 24/06/2012

domingo, 24 de junho de 2012

VENEZA - 1971


Outros carnavais. Outras vidas. Dava para ir à Europa todos os anos. Ir a Paris, comer pizza na subida de Champs Elisée, perto da Torre Eiffel e comer a melhor pizza do mundo (no meu entender), e subir mais um pouco, sentar ao sol e tomar o bom vinho nacional Chateau-Neuf-du Pape. O problema eram os franceses com seu mau humor. Os italianos com sua pose de país rico e nos chamando de sottosvellupatto. (subdesenvolvidos). Arrogância geral naquele continente velho e sugador. Nós, do “tiers monde”, como nos chamam os franceses, pagávamos bem. É bom ver as coisas acontecendo. Não é revanchismo, não. Simplesmente uma questão de honra continental.
Primeiro, eles nem sabiam e talvez nem saibam ainda onde é o Brasil, capital Buenos Aires.
Segundo, com seu espírito colonizador, maltratam os subdesenvolvidos achando que a gente não sabe a língua deles. Poveretti, pauvres, poors. A gente sabe, sim, apesar deles. Depois do que vou contar o que me aconteceu em Veneza em 1971, vão entender porque não voltei à terra dos meus ancestrais. Me dá nojo. Tenho muitos primos lá. Alguns até milionários e com brasão, que acham que a gente vai procurá-los para “pedir dinheiro emprestado”. “Ora, ora!” Veneza – 1971 - ao passear, vejo uma loja inteira de queijos. De todos os tipos. Sou louca por queijo. No dialeto vêneto que eu falo, que é formaggio. O nome da loja – FORMAGGIO. Depois do almoço, eles descansavam na hora do almoço, isto é, de 12hs às 16 hs. Não sei se ainda fazem isto, pois acho que nem almoço eles tem. Eles são superiores. Tem a Fiat. A Ferrari. E daí? Só acho bonito o Schumacher dentro de uma Ferrari, a Ferrari eu dispenso, (que mentira!).
Como ia dizendo, vejo a loja e entro. Mil queijos na loja. - Bom giorno. - Bom giorno signorina. - Io volio formaggio. -...seuzzi signorina, não capisco. Riu (acho que pensa que é o Rossano Brassi conquistando Catherine? Uma artista solteirona americana). Não acho a mínima graça. Já vi este filme. Ele pensa que sou gringa do Norte e isto é o pior nome de que podem me chamar. Ele espera que eu diga “cheese”. Enquanto ele espera eu penso em que maldade posso fazer de volta por ser tachada de burra e norte-americana. Isto para mim é além de minha capacidade de suportar. E se como amiga eu sou apenas quase razoável, como inimiga, SOU PERFEITA.
Guerra é guerra. E isto que este fascista quer, vamos lá. - Signore, aponto o queijo que é a única coisa que ele tem naquela loja para vender, além da alma que provavelmente ele não tem e se tivesse venderia por 500 liras. Miseráveis italianos. Porque o simum ou o siroco não os leva todos, junto com os franceses para o Ártico? Para que servem estes ventos que vem do Saara? No Ártico eles todos se dariam bem com aqueles lindos bichinhos brancos (2m altura), chamados ursos. Carnívoros, claro! E deixavam as obras de arte para a gente ver, estes gigolôs do medievo em italiano a expressão é mais forte (prosseneta del cincoecento), que se pronuncia prossenta de chincoechento) Eles não esperam que haja inteligência fora da Europa. Voltando ao queijo. Isto tudo foi pensado em um milionésimo de segundo. O fascista não me conhece. Digo-lhe então em francês. - Fromage, signore, apontando. Claro, uma forma de queijo. - No capisco il franchese, signora. Filho da puta, se gozar apanha, pois agora vou dizer o que ele quer ouvir. - Cheese, signore... - Ah! Formaggio!!!!!!!!!!! Tá legal. Se gozar te furo o saco. O 1º round ele ganhou por “nocaute”, pensa ele. Eu, não, estou botando bala no canhão. Põe um queijo inteiro do que eu pedi no balcão. Aí de sacanagem pensava e sem remorso, pedindo desculpas internas a um tio meu que era queijeiro, fiz um quadrado, que seria a parte que eu iria levar. Restou uma peça, engraçadíssima, imaginem tirar um quadrado de uma esfera. Eu ria por dentro me lembrando do ginasial. Eu me perguntava, será isto um obtusângulo? É que nunca aprendia estes ângulos, mas no caso tinha a ver o obtuso, o italiano “esperto”, que falava inglês e o ângulo que se formou que eu não conhecia. Vivendo e aprendendo. - botou o pedaço na balança. (provavelmente achando que iria me cravar em dólares, meu deus, como gostam de dólar!) e me disse “quatrocento grammi” signorina (quatrocentos gramas). - Gracie tanto signore, ma ho cambiato d’idea. (obrigado mas mudei de ideia) e saí porta a fora. O homem pulou o balcão e me seguiu uma quadra aos berros, eu em cima de um sapato amarelo, comprado em Veneza mesmo, de 18 cm, andava calmamente e mostrava como boa americana o dedo médio. Ele só não me xingou de bonita. Eu virava e ria naquelas estreitas ruelas de Veneza. O sapato existe até hoje. A lembrança também. Como é bom viajar. E rir para o resto da vida. Na verdade eu agora prefiro não saber a língua. É cansativo brigar. AGUARDEM NOVOS CONTOS DE VIAGENS.

sábado, 23 de junho de 2012

DENTADURA


Não é que eu tenha tempo livre demais, mas tenho visto um programa sobre dentes, dentaduras e adjacências, na TV Globo News. Afinal, é um documentário??? É propaganda de algum amigo da Globo?? É muito chato! Globo New!! Além de tudo é macabro quando se vira a cabeça e dá de cara com uma dentadura sem um portador atrás. Minha preocupação é que todos os brasileiros, aproveitando o precinho barato, resolvam botar estes dentes. Finalmente, teremos todos o mesmo sorriso, a mesma lente de contato, os cabelos iguais e não saberemos mais quem é quem. Isto é, falo das pessoas hipnotizáveis, os seres inferiores.
Nós os Alfas, botaremos os Betas (com os dentes iguais, narizes iguais, cabelos iguais, peso iguais, etc ) a trabalhar para nós. Nós Alfas feios, mandaremos nos perfeitos “Beta”, (veja o “ Admirável Mundo Novo”), que pisarão nos Gama, os não pensantes, ou melhor, débeis mentais, numa cópia da cara do Bush. Ele é perfeito, tem a testa pequena próxima daquela do homo sapiens, vai ver ele é o elo perdido!!  Por favor, palmas para mim!!!! Descobri, o Darwin deve estar se mexendo. Por favor, Globo, mais Maria Beltrão, Miriam Leitão, Chico Buarque e outras pessoas bonitas e inteligentes. Me poupem!!! Por favor.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

ALZHEIMER


Querida Lydia, já que gostaste da aula de psiquiatria aÍ vai uma dica sobre como e fácil tratar pacientes com síndrome de Alzheimer:
1. Concordar com tudo o que o paciente diz e faz, menos com suicídio.
2. Preparar um cuidador que em geral é uma empregada doméstica e que logo vai aprender.
3. Não deixar os filhos chorarem se papai ou mamãe não os reconhecerem. Logo a pessoa que vai cuidar e a família do doente tem que deixar de lado seu narcisismo, botar no vaso e puxar a descarga.
4. Se a pessoa precisar de medicamentos para dormir, dar uma boa Receita Médica. O mesmo se estiver ansiosa durante o dia. O básico então é só isso. Tenho tratado muitos pacientes assim, sem o mínimo problema. Um problema que eu tive foi com uma filha de 60 anos que era minha paciente. E dizia chorando: “papai não me reconhece mais, quer voltar para Madureira, onde tem uma mulher e uma filha”. É claro que quem levou porrada de mim foi ela. Estava preocupada consigo mesmo!! Até que muitas porradas depois ela entendeu que a doença não era contra ELA . Um dia o pai com Alzheimer lhe deu uma joia, ele fora vendedor de joias. Ai ela entendeu que no inconsciente ele sabia quem era ela. Coitado do velho. Só há um problema por aqui Lydia, temos colegas bacanas que estão receitando um remédio caro e fantásticos que enlouquecem os pobres dos pacientes. Só não vou dizer o nome do mesmo que não sou burra e brigar com laboratórios. Só vou dizer como começa a bula e como termina. Aliás, me lembrei que há quarenta anos um colega me chamou de ledora de bulas, sou mesmo, ele por não lê-las ia deixar morrer uma paciente que cuidava e que eu passei a cuidar.
Pois bem Lydia, ai vai a Bula:
Primeira linha da bula: (este medicamento é para doentes com mal de Alzheimer). Última linha (este medicamento não pode ser usado por crianças de menos de 2 anos ou idosos com mais de 60 anos). Não é absolutamente fantástico??? Vai acontecer que daqui há alguns anos depois de haver muitos e sérios problemas como aconteceu na América Latino e na África – testadores de medicamentos de laboratórios como um medicamento usado no Brasil por muitos anos seguidos, para combater a hipertensão. Descobriu-se depois que ele servia para matar pulgas de cachorro. Via oral, hoje é vendido nas Pets.
Lydia, obrigada por me assistir, gosto de passar minha experiência. Antes de terminar quero falar que se o paciente ficar agitado, o que pode ocorrer, tem de tomar HALDOL mais AKINETON, ou ser hospitalizado se correr risco de vida. Neste caso se for alguém do sexo masculino, não haverá problemas. Se for mulher, agitada, precisara ser segurada por 6 enfermeiros, homens. Que o diga o enfermeiro de um hospício onde eu internei uma senhorinha agitada de 80 anos de 1 metro e meio de altura. Dopada com haldol mais akineton. Eu avisei que ela acordava as 4 da manhã e se estivesse agitada ele teria que arrumar 6 enfermeiros para segurá-la. Ele riu da minha cara e perguntou de onde eu tinha tirado isto. Eu respondi: da experiência. Pela manhã fui vê-la, o enfermeiro assustado, me olhou com os olhos bem abertos e disse: como é que a senhora sabia?? Nem perguntei o que era. Eu disse: da experiência (de novo). Ele falou: consegui só 5 enfermeiros. Eu disse: apanharam todos, né??? Eu disseseis!!! Na próxima vez acreditem na palavra experiência. E agora cuidem de seus arranhões ou o senhor não notou que ainda esta sangrando. Passa a régua.

BIODIVERSIDADE


AOS MEUS LEITORES Lamento eu estive empenhadíssima na Biodiversidade onde ganhei uma grana roxa que eu estava precisando para ir para os Himalaia antes que eles derretam e virem piscina. Contarei depois como foi bom participar da micareta de noite, 4.feira na Av. Rio Branco vestida de índia, peito de fora, arco e flecha depois de ter passado o dia inteiro ajudando umas meninas gostosas , tentando levantar a barraca de um homem muito bonito e que elas não deram conta sozinha, precisavam da minha experiência em "levantação" de barraca.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

O IPM ou PRIMEIRO DE ABRIL


Em abril de 1964, cursava eu o quinto ano da faculdade medicina da UFRGS-POA, trabalhava na clínica Pinel à noite como auxiliar psiquiátrica, que hoje sei ser o trabalho mais difícil dentro da psiquiatria e psicanálise. Mesmo assim, tinha tempo de ser filiada ao PCB. Até fui secretária na FEURGS, Federação dos estudantes da URGS, do Marco Aurélio Garcia, que veio a trabalhar com Lula e agora sumiu. Ele era da AP (ação popular).
Bem, fazia eu parte da "célula" do partido da UFRGS, éramos um grupo de amigos de várias faculdades. De vez em quando, havia cursos, até com o Leandro Konder. Gente fina. Havia treinamentos, eu exercia no quadro a função de Agit-Prop, isto é o seguinte: os americanos estão usando muito essa função no oriente. Largam um cara orientado pela CIA para fazer "movimento" onde haja alguma rusga. Eu faço isso até hoje no Banco onde tiro dinheiro, com meus colegas velhos. Muito divertido.
Bem, como se faz: Por exemplo, um cara ou dois se revoltam com o preço das Barcas, daí estou eu fina e bela no meio, armo o maior barraco, junto um monte de gente e saio fina e bela falando baixinho, bancando a chique que não gosta de turbulência. Depois, saio de taxi, dando gargalhadas. É bom para o fígado. Os americanos da CIA estão fazendo isso em todo oriente para mudar os títeres de suas colônias petrolíferas.
Voltando a abril de 1964. Recebo um carta do exército me convocando para um IPM (inquérito policial militar), tal dia e tal hora, com 3 Generais e 3 professores, em alguma sala da Faculdade de Medicina. Havia a possibilidade de expulsão. Havia dedos duro na Faculdade e no grupo de análise. Foi muito chato. Cheguei linda, bela, alta e loira na hora marcada. Estavam os "heróis" sentados quando entrei na sala. A sétima cadeira na ponta da mesa estava me esperando.
EU- Bom dia Senhores. Recebi uma carta.
GENERAL 1-Pode sentar aí na minha frente (na outra ponta da mesa). Os Professores me olharam com pena, gostavam de mim. Sentei e disse: Bem General, estou à sua disposição.
 GENERAL 2- Há uma série de acusações contra a Senhora...
EU- Sim, General...
GENERAL 1- A Senhora participou de uma reunião com o Amaral. (O Amaral era meu amigo e era do grupo)
EU- General, eu fui ao meu Dentista que trabalha em uma sala ao lado da casa do Amaral. O Senhor tem razão, devo ter sido vista por lá.
GENERAL 3- A Senhora tem sido vista em companhia do K (amigo meu conhecido como comunista e que agora virou a casaca).
EU- Com certeza General, eu saio com todos os meus colegas, o Senhor não deve saber, mas aqui na faculdade são mais de 550 homens e 50 mulheres. Os meninos me adoram. Vou até para o meio da Rua da Praia com eles, eu saio até com o fulano (quem me dedurou).
GENERAL 3- Mas a Senhora foi vista, numa sala onde o Leandro Konder dava um curso, à noite.
EU- Quem é este Senhor? Curso de que? Não conheço. (Cá entre nós, os Generais sabiam da vida de todo mundo desde que entramos na faculdade, o SNI nasceu bem antes do que a gente imagina).
GENERAL3-Leandro Konder é um comunista.
EU- Ah, bem. Mas o que faria eu num curso de Comunismo, me parece que isto é Filosofia. Eu trabalho com loucos, General, a noite toda, todas as noites. Eu pago meus livros.
GENERAL 1- Aliás, a Senhora foi vista na Livraria Vitória, na Praça da Alfândega, que é onde os comunistas compra livros. Sabiam de tudo!! Os professore sérios. A Livraria deve existir até hoje, especializada em Marxismo e Leninismo.
EU- Fui sim, tinha lá um livro muito bom de Medicina Chinesa, comprei. Se quiser lhe conto, o que fazem lá na China com os loucos. Plantou arroz vai comer, não plantou, não come. Louco ou não, dane-se. (ele riu). Achei-os duros, mas acho que eles tem uma certa razão. No Hospício onde trabalho, tem terapia ocupacional, sem trabalho, ninguém se cura de loucura. Começaram a bufar. Realmente como se aprende coisas em Hospício bom.
GENERAL 1- (de saco cheio) E a Senhora foi vista no bonde com um jornal do Partido Comunista de baixo do braço.
EU-É possível, eu leio tudo. Noite passada, eu li todo Jubiabá, do Jorge Amado...
GENERAL 2- COMO??? Outro comunista?
EU- O Jorge Amado é comunista? Não sabia, gosto muito dele e do Graciliano Ramos também.
GENERAL 1- OUTRO COMUNISTA??
EU- Meu Senhor, o que posso lhe dizer? Leio Mário Quintana, Gogol, tudo o que cair na minha mão. Passo a noite acordada e só o Correio do Povo não dá, é muito ruim. Até leio os romances franceses, russos, para não dormir. Agora o Senhor me diz que os brasileiros que leio são comunistas? A Cachorra Baleia também? Me desculpe general, mas estamos aqui há horas e o Senhor ainda não me disse do que estou sendo acusada (eu ria por dentro, pois sabia onde pegá-los). Aquela clínica Pinel era ótima mesmo, pois lá me ensinaram psiquiatria, psicanálise e como lidar com os verdadeiros perseguidores de fora. Silêncio.
GENERAL 3- A Senhora é acusada de tentar derrubar o Governo João Goulart.
EU- Agora eu estou aliviada, General. Eu estava almoçando na reitoria com meu amigo Sul Brasil (era chamado assim), no dia primeiro de abril, quando um colega chegou... Daí, o general se levantou da cadeira e aos berros, batendo na mesa dizia: Não é primeiro de abril é 31 de março!!!
EU (calmamente)- General, o que aconteceu afinal?
GENERAL 3- Foi 31 de março, derrubamos o Governo João Goulart. Estava furioso, sentou. E eu pensando, " Viva o DR Freud".
EU- Geneeeeraalllll, o Senhor está me atribuindo a culpa de um ato que o Senhor e seus amigos cometeram? Não estou entendendo nada. Aliás, não entendo nada de política, mas o Senhor me assustou e me acusou de algo que o Senhor e seus amigos fizeram. Não é justo. (ria por dentro, pois sabia que o calo era o dia primeiro de abril).
GENERAL 1- A Senhora pode ir embora!!
EU- Então, estou livre?
GENERAL 1- Sim, está. (Levantei e saí da sala). PS: Sul Brasil- Nós estávamos mesmo almoçando na Reitoria no dia primeiro de abril de 1964, quando alguém do PCB chegou aos berros dizendo que: Nós tínhamos dado um golpe. Depois, ficamos muito frustrados com a real notícia de que os militares é que tinham dado o Golpe, sob o nome de Revolução Redentora. A gente tinha trabalhado, batalhado e estudado muito com Leandro Konder. A partir daí, é outra história, já que aqui no Rio para onde fugi, ELES me encontraram. Bem, são outras várias histórias, que aos

quarta-feira, 6 de junho de 2012

AINDA OS SACOS (Plásticos)


-Manhã: Marcela, preciso que compres sacos plásticos para a casa.
 - Como?
- Tentei Marcela.
1. Joguei o lixo da cozinha num buraco que fiz no quintal. Os cachorros, foram lá procurando um osso, só pode ser e espalharam tudo. Vou ter que tapar tudo de novo.
 Ecologistas, o que faço com os cachorros? Mato-os? Solto-os?
2. O papel higiênico – fiz uma fogueira lá fora e ao ver fumaça os vizinhos ameaçaram chamar os bombeiros. Dou-lhes razão. Nesse tempo não se pode fazer fogueira.
3. Ecologistas - que faço com o papel higiênico? Posso recicla-lo, usando vários metros cúbicos de agua, lavando ou faço um outro buraco no quintal para que ele vire uma merda geral? Ainda tenho os cachorros.
4. Compro sacos chineses lindos de morrer que um dia vou emoldurar, no Zona Sul (supermercado). Cabem nele, duas batatas, 1 cebola, 1 pedaço de queijo, 8 rolos de papel higiênico. Não é por nada, mas eu precisava de mais 25 itens. E agora? Ecologistas me digam, por favor, qual foi o “contrato” que vocês fizeram com os donos de supermercados e os fabricantes de sacos plásticos? Quero entrar nesta boca.

terça-feira, 5 de junho de 2012

BIPOLAR E ESQUIZOFRENIA


Tenho observado em minha Clínica, com pacientes, familiares como em supervisões de colegas, que o diagnóstico de Esquizofrenia ou esquizoidia está sendo confundido com o diagnostico de Bipolar. Como se este último fosse de mais fácil tratamento.
Com bastante frequência o termo Bipolar está sendo confundido. Para esclarecer aos meus colegas e leigos, o diagnostico de Bipolar é o nome atual do antigo diagnóstico de Psicose Maníaco Depressiva. Esta doença é grave e extremamente difícil de tratamento. O diagnostico de esquizofrenia ou esquizoidia até hoje é discriminado como se fosse uma diagnóstico de doença incurável.
Para a OMS (Organização Mundial de Saúde):
1. Esquizofrenia
2. Transtornos de Humor: - hipomania. - mania sem sintomas psicóticos - mania com sintomas psicóticos. -outros episódios maníacos. - episódio Maníaco não especificado.
3. Transtorno afetivo bipolar ou Psicose Maníaco depressivo.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

O SUS (Sistema Único de Saúde)


Estou no sábado pegando dinheiro no banco do brasil. Olho ao meu lado e está um senhor sentado, pálido.  Paro tudo e pergunto-lhe se está se sentindo mal. Diz que sim. Que gostaria de vomitar. Graças a não sei quem, o BB colocou finalmente uma lixeira, queixa minha antiga, na minha agencia. Enfim, pego a lixeira e ele só não vomita a alma. Comento com ele a quantidade de comida. Ele me diz que foi o Café da manhã. Uns dois quilos. Para mim é o café da manhã de um mês. O “velhinho”, como eu, é magro. Pergunto se está melhor e se está sentindo uma dor no peito. Ele me diz que não consegue respirar bem. Não sente dor. Pede para deitar no chão. O menino que está no BB me segue. Apareceu aquele suor frio, batimento cardíaco não se pegava mais. Peço para o menino me ajudar a ressuscitá-lo, pois velha, tenho pouca força na mão. Ressuscita.
“O senhor tem telefone de sua família ou amigos?” Diz: “Não. E não adianta me levar para casa, pois não tem ninguém lá”. “E sua mulher?” “Está na missa” Precavida, penso eu. Passados dez minutos e o Samu chamado pelo garoto do Banco do Brasil. Pergunto se ele tem plano de saúde. Junta um monte de transeuntes, mulheres, pois o banco tem vidro para o lado da rua. E quem passa olha a cena e entra. Aí dei uma geral. O SAMU quer o Plano de Saúde. Vasculhamos seus bolsos. Ele tem dinheiro, o Ourocard e uma carteira de Marinha. Danou-se. SAMU diz então – “Tem que ser levado para o Marcilio Dias”. Você está no Jardim de Alá, Zona Sul, com uma pessoa morrendo e o Samu quer que se vá ao Marcilio Dias. Você sabe onde é o Marcílio Dias? - “Não.” - “Nem eu”. É um Hospital de Marinha, no outro lado do mundo. Enquanto isto eu e o menino ressuscitamos (por quatro vezes), o senhor. Ele falava comigo. Já tinha umas dez mulheres ao meu redor. Dei um berro, “saiam que ele precisa respirar e já é casado”. Como vomitou peço a uma cabelereira vizinha se pode me trazer água. Ela traz. Entra então (meia bunda na porta) uma senhora e me grita. “Ele não pode tomar água”. Eu digo: “eu sei, sou médica”. Ela: “e eu sou dentista”. Eu: “A senhora quer ver os dentes dele ou quer ajudar?” Ela: “meu marido é médico” Eu: “ótimo”. Chame-o para vir ajudar.
O paciente deitado. Peço para um homem parrudo do carro entregador de dinheiro para fazer uma ressuscitação melhor. Já disse, sou velha, sem força. Resposta: “sou do carro forte e tenho que cuidar do dinheiro”. Eu mereço ouvir isto. Peço ao menino fazer outra força e o homem continua falando. Uma mocinha berra que também é médica. Como os pacientes são “casos” para alguns colegas meus e eu que estava esperando o SAMU há quarenta minutos e tinha que trabalhar e NÃO PODIA nem eu nem ninguém leva-lo ao Miguel Couto, resolvi passar o “caso para a colega”. Passei e fui embora. Assisti da janela da casa onde fui ver outro paciente, quando o Samu chegou. Exatamente 60 minutos depois. Não há enfartão que aguente. Falei com o menino do BB que se por acaso não morresse, pela falta de oxigênio, ele viria “chamar urubu de meu louro” . E falei alto: “que morte bonita”. Grita uma mulher gordinha. “Como uma médica fala em morte?” Respondo: “é a que eu queria para mim, só que na minha cama e não no meio de dinheiro e gente estranha”. Ela: “que absurdo uma médica falar em morte”. Digo: “ A sra. queria que eu falasse em dentes?” “ A dentista já foi embora”. “A sra. quer morrer de câncer?” Saia de perto, ele tem de respirar, se é que ainda precisa. “como?, tá me botando um câncer?” Eu me assustei. Havia mais de dez mulheres, um perigo, mais de uma é um motim. Achei melhor tirar meu time de campo. Triste, morrer num banco, no chão, cercado de histéricas. O Samu já estaria chegando e já não era necessária, deixei o caso para a colega. Fui embora. Lembrei do Lula que diz que a gente tem que se tratar no SUS. Não sei porque ele não fez isto mas teria sido melhor, pois um dias depois vi no jornal o convite do 7º dia do enterro do dito senhor. Só queria dizer à esposa dele que ele já deve ter chegado morto no Miguel Couto mas a morte dele deve ter sido boa, cercado de mulheres e de cuidado. Lembre-se não saia para a rua sem o numero de telefone de quem pode ser chamado para não morrer no meio de estranhos e no chão. Deve ser chato. PS: a “colega”, não tomou conta do “caso” quando sai. Que feio, mocinha orgulhosa, pode acontecer com seu pai. Falando em SUS, o meu querido Dr. Jatene que enfartou, que sorte, dentro de um hospital, e não no Banco do Brasil, é um abençoado. Tomara que seja Ministro da Saúde de novo.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

DOPS 1969/70


Vim correndo ao Rio em 1968, dezembro, no dia seguinte de minha pós-graduação em psiquiatria, na Clínica Pinel – Porto Alegre, RS. A situação política para mim não estava boa por lá e havia um professor de Psiquiatria, que teve que me dar a mais alta nota de nossa turma que me chamava de “esquizofrênica crônica, sem cura”. Logo, eu não teria pacientes em Porto Alegre. Vim para o Rio e caí do século XX da psiquiatria para o século XVII onde ainda estamos pelo que vejo. Dei banho. Mas o DOPS me acompanhou. Fui chamada para falar com o famoso Dr. Delegado do DOPS, com quem acho que todas as pessoas inteligentes de minha geração carioca tiveram que falar. Comigo foi só (?) tortura moral. Um amigo meu, já morto, foi tortura pra valer. Eu tinha que ir toda a semana à Rua do Riachuelo para responder a perguntas cretinas como:
Dr.: a Sra. pertence ao PCB?
Eu: nem sei o que isto. Sou psiquiatra.
Dr.: quem morou no seu apartamento antes da Sra.? (inacreditável!!!)
Eu: O Sr. devia perguntar ao dono do apartamento. Eu não tenho a menor ideia. Acabo de chegar do Rio Grande.
Dr. : eu sei
Eu: O senhor me chamou por que?
Dr.: a Sra. roubou a Casa Dr. Eiras?
Eu: Como?
Dr. É, a Casa Dr. Eiras foi assaltada (mentira, claro) e pergunto se foi a Sra.
Eu: Eu não eu faria isto iria roubar um paciente?
Dr.: a Sra. trafica drogas? (inacreditável!!! Nem tinha entrado na moda o trafico de drogas, meu Deus).
Bem, as perguntas eram deste calibre, durante meses. Lá eu ficava calma. Alta, loira, jovem. Não me botou nem o tradicional facho de luz na cara. Só me assustava com os guardinhas com as metralhadoras de 2º Guerra Mundial. Eu passava por ele, bela e loura e pedia gentilmente para virarem a arma pro outro lado, pois eu tinha medo de armas. Ah. Ah. Quando pichava ruas no Rio Grande do Sul, nunca tive. Vá lá. Um dia ele me convidou para ir vermos o Manicômio Judiciário que foi chefiado depois por um amigo meu que admiro muito, um psicanalista. Disse-lhe que podíamos marcar uma ida lá, sim, claro (com medo de lá ficar).
 “Depois agente combina” disse eu.
Dr.: “E depois a gente pode almoçar juntos”. (quem, pensei eu?) - Claro doutor. - Gostei muito de você, não precisa me chamar de doutor.
De repente ouço um grito lá de dentro um homem: “me soltem que sou fóbico”, repetidas vezes. -Isto foi uns dias depois do “suicídio” do Wladimir Herzog, em S. Paulo, na cadeia. –
Doutor, já que vamos ser amigos, quero ajuda-lo numa coisa, posso? -- Claro, minha filha. (penso, minha filha é o cacete) - o Sr. está ouvindo este cara gritando? -Estou. - Pois é. Fóbico é o tipo de paciente que mais se suicida. (há, há, há). Se eu fosse o senhor soltava ele. O senhor. está vendo que o comandante do 2º Exercito está passando não é? Como explicar um suicídio na cadeia? - Meu Deus, isto é verdade? - Com certeza. Solta o rapaz. Foi o que ele fez pelo que me contou na semana seguinte quando me deu seu cartão de visitas, em agradecimento pela sugestão. - “Qualquer coisa me telefona”. - Obrigada. Ponho na carteira o cartão. Nunca mais me chamou. Em compensação, esta é outra história, um dia, um policial me segurou no transito, não me lembro porque ou melhor lembro mas como disse é outra história. “tirei o cartão do delegado e mostrei. - o senhor conhece esse delegado ? Tempos horríveis, quem não conhecia? “claro, claro”. Digo-lhe – “sou amante dele”. - “Pode ir embora madame, me desculpa”. Lá fui no meu Karmann Ghia azul. Mal sabia que o delegado já tinha colocado um tal de Ronaldo no meu pé. Um “estudante” de “Psicologia da Puc”. Safado, elemento da Cia. Esta é outra estória engraçada.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

A "MORTE" NA PRAIA


Estou em Muriqui, RJ, há mais ou menos 40 anos. Tinha um barquinho. Um menino chega gritando a seu pai “papai, tem uma moça passando mal na praia”. Papai diz que não pode atender. Eu digo que sou médica e o menino me leva.

O menino fica petrificado e eu pensativa. Ele vibra. “olha papai, a moça vai atender a “morta”. Feliz, me levou até uma moça de uns vinte anos deitada, como diria Vinicius de Moraes em seu poema Balada da Moça do Miramar: “... Nua, morta, deslumbrada / Uma moça mira o mar”. Bonito né, quando se sabe pelo cheiro que é apenas um transe histérico.

Tinha aprendido que uma tapona tira a pessoa do transe, mas se eu fizesse isto, ia apanhar de muita gente. Usando o estilo histérico mandei todo mundo, família, amigos, curiosos a sair pois ela precisava respirar. Que nada, não queria que ouvissem o que eu diria para tirá-la do “transe”.

Ajoelhei do lado direito dela, cheguei perto do ouvido e disse baixinho “tu estás tendo uma crise, mas tua família já chamou o camburão da polícia para te levar para o IML, lá vão te cortar toda com o bisturi e aí acabar. “Vão te enterrar”.

A moça deu um pulo que eu não sabia ser possível, de deitada passou a ficar ereta de pé, num segundo. Palmas gerais. O menino vibrava e gritava “a moça ressuscitou a outra”. O pai não gostou. A família se junta e diz o que eu fizera para ressuscitá-la. Eu disse que isto era entre nós, dei-lhe um Valium 10 mg e sugeri que ela procurasse um bom pai ou mãe de Santo, para se vestir de branco. Ficaria curada. “De que?” “Dos transes. Tem que baixar o santo dela, toda a semana. “Mas como a Senhora que é médica manda para o candomblé? “É porque os médicos da Terra levam 20 anos para curar isto, se é que conseguem. Candomblé cura logo”.

É verdade se não fossem os pais e mães de santo capazes de ler o pensamento como um bom psicanalista deveria fazer os psiquiatras não saberiam o que fazer com os histéricos. A não ser que como quando cheguei de Porto Alegre para trabalhar no IPASE e na Biometria Médica da Guanabara, chamassem os histéricos da Zona Sul de Epiléticos e os médicos davam licença médica e os pobre da Zona Norte, eram histéricos mesmo e tinham que trabalhar. O histérico é muito maltratado pela classe médica em geral. Mas temos que lembrar que não fosse a relação de uma histérica com Freud, não teríamos a Psicanálise.

AO OBAMA (qual deles? não sei)


Desde os 7 anos de idade, meu 1º ano de escola, sei que a África passa fome. Como você precisou estudar em Harvard para saber disto? Como você sabe que a FAO tem 3 bilhões de dólares, há três anos e só agora no ano de sua eleição, você lembra de pedir para mandarem este dinheiro para lá. Que atraso!!! Ou um nome que não posso usar, pois dá cadeia. Na Bahia sabem.

terça-feira, 29 de maio de 2012

MORDO MIA

Na próxima reencadernação (reencarnação) , vou nascer freira e quero ser babá do Papa. Por favor rezem por mim. !!

Graciliano está vivo!!!


Pessoal,

Desculpem o atraso das noticias porque cheguei muito bolada com a Morte do Graciliano. Cheguei em São Paulo feliz, na 6ª feira passada com o livro “Memorias do Cárcere”, do Graciliano Ramos , e com sua assinatura psicografada. Me disseram lá que ele já tinha morrido. (Rá, rá, rá). Baixou o Santo dele em minha homenagem com a seguinte frase “Para minha leitora querida um grande abraço do Além”. Graciliano.

Os: Feira do Livro de Ribeirão Preto, a 2º do Brasil e a 4º no Mundo Inteiro, em vendagem. Não é pouca porcaria, não.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

PSICOPATIA


Amiga – primeiro queria te dizer que morro de inveja de quem estuda Química ou agora Genética. O DNA foi-me mostrado em 1960 em uma aula de Bioquímica em que o professor sisudo entrou na sala aos pulos dizendo “descobriram o DNA”. E nós todos, 108 babacas olhando para ele e não entendendo nada.

Eu trabalhava num hospício do século XXI, século XXI mesmo!!! chamado Clínica Pinel e fiquei pensando: Oba vão “achar a cura da esquizofrenia”. Que nada, ninguém quer cura de nada, como sabemos. Como somos irmãs de Prozac (pede o genérico que é mais barato). Podemos nos entender bem. Temos o mesmo tipo de personalidade também, o que é ótimo. Como sou chamada de empírica, pois observo tudo o que vejo acho que sei bastante até agora. Tenho 71 anos e 53 anos de loucura dos outros e 18 anos da minha. Vamos ao Psicopata.

O Psicopata NÃO sofre. Acho que quando ele iria sofrer, o superego dele acende uma luz vermelha e ele faz outra merda. Vamos pegar um homicida, que é um psicopata. Não é doente. Se não ficar preso, matará outro, outro, outro. Tive meu 1º paciente um esquizofrênico mais possível criminoso.  O paciente era paranoide, achava que a mulher o traia e foi colocado pela justiça “preso”, na Clínica Pinel, aos meus cuidados. São raros os casos assim. Por exemplo, o cara que matou na Europa 60 e tantas pessoas, foi declarado esquizofrênico por 13 psiquiatras. Eu particularmente acho que isto é a absolvição de “Hitler” – coitadinho era um “doente” mental.

O psicopata faz os outros sofrerem – é um criminoso. O meu possível criminoso já citado, quando chegava na 6ª feira em que os pacientes podiam ir para casa, na consulta ele conversava comigo legal. No minuto 50 (naquela época eu atendia 50 minutos) eu perguntava “e sua mulher?”. Ele começava a berrar que todo quarteirão ouvia. Só parava quando eu lhe dizia que então não podia passar o fim de semana em casa. “Obrigada, Dra. Senão vou ter que matar aquela p..” ele sabia o que poderia fazer. Não era um psicopata completo. Se fosse, ele não diria as palavras fiais que me disse todas as 6ª feiras de meus dois anos de pós-graduação. Diria por exemplo: “estou achando que ela me traiu”. “Bobagem minha”. “Estava louco”. Se eu fosse boba entrava na dele, eu lhe dava saída e ele provavelmente a mataria. Esse é o psicopata completo, nasce assim, vive assim, e morre com um tiro de outro psicopata.

As pessoas em geral preferem achar que as condições sociais é que levam as pessoas a cometerem crimes. Não acredito nisto. Conheci pessoas de todas as escalas sociais e sei que há bandidos nas classes A, B, C, D e F (que acabo de fundar).

O “meio” não faz o homem. A genética e o uso que cada pessoa faz do que recebeu desta genética determinam como será desde o nascimento até o futuro. Chamam-me de Lombrosiana. Tudo bem. São maneiras de ver as coisas - o dono de um armazém que vende cachaça, açúcar e outros “entorpecentes” não é julgado criminoso só porque vende coisas mortais tanto quanto ou mais que cocaína ou crack, mas a sociedade ainda acha que as “comidas, entorpecentes, remédios entorpecentes”, as ditas drogas legais não são criminalizadas.

A venda de cocaína, por exemplo, é criminalizada. É uma medida social. Todas elas podem ser modificadas. Não faço apologia das drogas ilegais. Só que as drogas legais matam muito mais gente que as ilegais, no mundo todo. Não tomo posição nisto porque só posso votar por mim e não por seis bilhões de pessoas do globo.

Outra observação minha. Nunca vi um psicopata me procurar para tratamento – estilo “Dra. estou aqui porque dei um golpe no BNDES”. Só viria se tivesse achado que poderia ter roubado mais. Mas nunca vi. Espero ter te ajudado ou começado um dialogo contigo.

Obrigada por me fazer pensar e trabalhar. Ambas as coisas me dão muito prazer. É um prazer escrever para uma pessoa jovem interessada em “coisas de adultos”. Obrigada mesmo. Um beijo. Carmem.

OS: Se precisar do Prozac não deixa de tomá-lo please.

domingo, 13 de maio de 2012

Vivências - Supermercado II


Volto ao supermercado na semana seguinte. Este é pequeno e resolvi que neste dia eu ia enlouquecer alguém. Não é sempre que se pode ser fina. Chega uma senhora e me diz:

— Hoje é meu aniversário.

— Parabéns. Seja muito feliz. Com licença, tenho pressa para fazer minhas compras.

Sábado à tarde, calor cansaço. Quero a minha cama e ver meu gato, que já deveria ter tomado vinte banhos. Eu tenho um gato louco. É doido por banho. E daí, meu senhor? Qual é o problema? Loucura é só para gente grande? Não, gato tem direito a ser louco como nós e este, me tira da cama de hora em hora, à noite, para tomar banho. Eu é que sou louca? Não sei.

Também não me dou ao trabalho de saber se sou ou não. Sou feliz, digo o que preciso, faço o que quero. Pago minha luz, compro anéis. Ninguém tem nada a ver com isto. Voltando: achou que eu tenho fuga de ideias, né? É ruim, é... Tenho, não! Estou de volta já ao supermercado onde a senhora aniversariante me seguiu e então pensei qual Garfield: hoje vou enlouquecer alguém. E tirei uma hora da minha vida para, sadicamente, enlouquecer duas pessoas. A senhora me aguarda e diz:

— Eu queria comemorar com um vinho bom, o Chateauneuf du Pape.

— Ótimo, digo eu. Ela segue.

— Mas tem uma garrafa com o rótulo dourado e uma com o rótulo prateado. A senhora conhece?

— Conheço. Quando eu era rica, tomava só este vinho, agora tomo Miolo.

— A senhora já foi rica?

— Fui!

— O que aconteceu?

— Uma sócia me roubou.

— Credo!

— É isto acontece com pessoas honestas.

— Mas vamos voltar ao vinho: a senhora se lembra se tomava do rótulo dourado ou prateado?

 — Não me lembro, faz muitos anos isto.

— Então vou chamar o enólogo da casa. "Tá certo" penso eu. Imagine se uma filial tão pequena tem enólogo de plantão! E para espanto meu, tinha.

— O senhor sabe qual é o melhor dos dois, o dourado ou o prateado? — isto depois de contar toda a estória. O enólogo.

— Os dois são iguais. Eu, de sacanagem digo.

— Mas os engarrafadores são diferentes...

— Não tem problema, diz o enólogo.

— Não sei meu senhor, digo eu. Eu nasci num lugar de vinho, Garibaldi, o senhor conhece?

— Não.

— Carlos Barbosa, que tem um time de futsal, já ouviu falar?

— Ah, conheço! Diz o enólogo.

— Pois bem, continuei: Eu, em criança, amassava junto com os garotos a uva com os pés. Havia uma fantasia de que pé de criança é limpo. É mentira. No interior, a gente andava descalço, portanto os pés estavam sujos. Por isso falo do engarrafador. O enólogo queria me engolir. Pensei que estava perfeito o meu dia. Estava enlouquecendo dois ao mesmo tempo.

— Acho que o engarrafador é importante porque depois de amassarmos a uva (cá para nós, era só para uso da casa, primeiro vinho, suco de uva, o enólogo não aprendeu isto, tem só mais ou menos 30 anos e cara de urbano), ela ia para os tonéis num galpão ao qual todo mundo tinha acesso. Volto-me para a senhora e digo então.

— Estou me lembrando... Se bem me conheço, eu tomava o vinho de rótulo dourado. Sabe por quê? Eu não teria tomado de rótulo prateado pois acho prata coisa de pobre. É, sim. Tenho quase certeza.

— Então vou levar o de rótulo dourado.

— Isto mesmo, digo eu.

— Mas é mais caro, diz ela.

— Então viu, né? (o enólogo queria me matar), se é mais caro é porque é melhor. Leve, sim.

 — Vou pensar. R$ 126,00 é muito dinheiro para arriscar.

— Bobagem, a senhora não vai fazer 65 anos de novo. (isto é pura maldade, é?) E nem sabe se vai ter dinheiro no ano que vem.

— É, nem sei se vou estar viva, né?

— Isto aí. Senti-me mal com meu sadismo, vou ser sincera. Vai ser FDP assim no inferno! O que diria o senhor Freud vendo seus ensinamentos usados desta maneira! Volta a senhora e me diz.

— Eu vou sair para pensar melhor. Saiu. Fui buscá-la. Eu consegui, ah ah ah! Mas não consegui deixá-la sair. Fui atrás dela e lhe disse.

— Sabe de uma coisa? Se eu fosse a senhora, comprava queijo francês A Sra. gosta dos queijos fedorentos?

— Gosto.

— Então compre R$ 100,00 reais de queijo e um miolo. Pense só em si mesma, nos dias bons que já teve e noutros que ainda virão, com certeza. Ela foi, pegou o Miolo e o queijo, me agradeceu, teve muito prazer em me conhecer. E foi.

Um mês depois, o enólogo da casa dá de cara comigo e diz.

— A senhora, hein!

Moral da História: Eu também sei ser lacaniana, só que ajudo a pessoa a juntar seus cacos, antes de abandoná-las.