segunda-feira, 15 de julho de 2013

A FLIP

    A    FLIP
Fui a FLIP achando que o F dizia  “feira”.  Fora total.  Era uma Festa.  Uma festa.  Uma festa onde os amigos do rei, apenas eles, falavam.  Tristeza.  Bom mesmo foi ver na entrada uma escultura fantástica.   Uma cabeça enorme com dois cornos ao lado.  Tanto a cabeçona e os cornos estavam cheios de cabeças de cerâmica, algumas de indigenos, outras de mulatos, outras de ninguém.  Enfim muitas cabeças.  Apenas um probleminha   -   as cabeças , contribuindo ou mostrando de cara para quem chegasse estavam todas amarradas por cordas.  Queria não ser psicanalista nesta hora e poder “admirar” esta obra de arte que demonstra que o SABER deve ficar somente para as classes ricas da sociedade.
Quem salvou a FLIP foi uma douta professora Cleonice e Maria Bethania, declamando Fernando Pessoa.  Parte ruim disto  -    um casal de jovens a meu lado  -  a moça não largou o celular, mandando mensagens e o namorado fazendo equações de matemática.  E um monte de gente do lado de fora que não conseguiu comprar a entrada.
Outra coisa engraçada  foi uma moça paulista que estava lendo por meia hora um livro meu.  Não se assustem.  Depois de trinta minutos perguntei-lhe o que achava do livro  -  faz cara de “bunda”.  Era minha colega de profissão.  Disse-lhe que eu era a autora e percebi que ela estava interessada.  Ficou reta, em posição de batalha e me disse -  “eu atendo 80 pacientes por semana e tem mais são particulares!”  Eu disse, “parabéns! só atendo de vinte a trinta pois atendo durante 90 minutos.  Você merece meus parabéns”.  Viva Lacan!!!
Mas FLIP vale a pena pelo grande numero de pessoas com as quais se estabelece contato, mesmo que seja como o acima.  Quem ouve, sempre aprende algo.  Valeu.
E valeu saber que tudo lá é corrupto e falso.  Até as obras artesanais dos “índios”.  Sorry!  Tudo industrializado.  Uma pena.  Alias falando em pena, comprei um fake-brinco , duas penas maravilhosas.  Coitado do passarinho.  Eu o comprei por dez reais.  Uma obra de arte da natureza com o qual farei algo bonito pois quando ele não mais existir, eu me lembrarei dele.  
Obrigada Patricia Calhau e Tamara Ramos por quase me obrigarem a ir.  Obrigada  Noga Sklar,  minha Editora  KBR. 

VALEU MESMO!!!

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