domingo, 2 de fevereiro de 2014

DEUS É RACISTA


DEUS É RACISTA

Como  durmo de TV ligada, por não saber mexer em botões, “ e vejam que tenho até um Blog”, acordei com um rapaz de mais ou menos 50 anos ao berros, falando sobre a escravidão negra no Brasil. Achei o cara inteligente em suas alegações.  Mas ele, quase mulato, é racista.  Mostrou bem o seu racismo contra os brancos.  Fez uma apologia enorme sobre os negros, o que apoio, que ainda são escravos, o que apoio.  Apoio, sabendo que a maioria dos brancos, inclusive eu, somos escravos.  Tenho que pagar para trabalhar e pagar os jantares portugueses das Dilmas da vida.  Coitada, ela nunca foi inteligente mesmo.  Caiu certo, em Portugal, onde a gente sabe que o QI emocional é igual ao do Bush, 89,  numa escala de 90 a 120.   Isto não tem nada a ver.
 Continuando, o rapaz continuava fazendo terapia nos negros.  Uma pena ele não saber da existência de um tal de Marx.  Se ele o conhecesse, saberia que 95% da população brasileira “é negra, escrava de 5% da população que detém o dinheiro e o poder”.  Ele nunca ouviu falar em luta de classes.  Tudo bem.  Ninguém é perfeito.  Continuou dizendo que o Candomblé é melhor religião, pois junta negros e brancos.  Brancos são poucos neste país que começou com um índio comendo um bispo chamado sardinha.  Logo um bispo?  Era gordinho certamente, como todos os bispos. ( Ainda vou escrever sobre isso). 
Negros, eu só conheci dois no Rio de Janeiro onde moro há 40 anos.  Sabe, aquele preto azulado que é quase impossível reproduzir?  Pois é, só conheci dois.  Altos dignos, com jeito de rei de tribo africana, esguios.  Enfim, coisa rara, de leilão. O resto, meu amigo é como você nem branco, nem preto, nem mulato.  
Enfim eu não conseguia dormir, pensando no racismo de Deus.  Aí, como disse um paciente meu: “tive um “raio incandescente” (insight), que me  “acordou”.  Eu também, quando penso e digo que cada um de nós tem dentro de si um deus, ele sempre é BRANCO, e um diabo, ele sempre é PRETO.  E  eu digo para todos que temos que fazer os dois se entenderem, mas na verdade o que eu quero é que o BRANCO absorva o PRETO para que a pessoa seja absolvida de sua briga interna,  chamada de narcisismo.
Meu deus, o Freud nunca me explicou isso.  Tive que achar sozinha, ao alvor da madrugada de um domingo que parecia ser de sol.   Sendo assim, me propus a levantar cedo para tomar banho de sol com os gatos e cachorros que sabem o horário certo do sol que faz bem.  É das 8:30  as 9:00 hs.  Como não conseguia dormir, peguei um quadro que achava pronto, mas vi que tinha preto demais.  Coloquei um cor de rosa numa flor vermelha.  Ficou menos pior.  Tenho que mostra-lo ao mestre Darel.
Aí, voltou o sono.  Os gatos estavam infernais.  Dei uma bronca neles que entenderam, para exercitar minhas cordas vocais, que como os dentes viraram dinossáuricos.    Vou desaparecer logo,  graças ao Ipad, Iphone, Ai MEU DEUS, não sei o quê.   Ninguém mais vai falar.  Tudo bem.  Aprenderei mímica no que penso ser razoável.  Acordei ao meio dia, fora do horário decente para sol e levei minhas duas ou três barrigas para o pátio, para espanto dos gatos que já estavam na sombra.  Afinal eles são racionais.  Não passei bronzeador e nem bloqueador solar.  Fiquei no seco.  Como gaúcha, sou macho.  Que venga el sol. Moral,  fiquei vermelha na parte da frente e branca atrás.  Tudo para satisfazer o cara da madrugada.  Amanha as pessoas que me virem, vao dizer que estou dividida entre “deus e o diabo na terra do sol” do inesquecível Glauber Rocha.  Aí ao fim de 30minutos, procurei no Garota de Ipanema - minha geladeira, uma loura gelada.  É como chamam agora  cerveja.  Gosto só do primeiro gole.  Nada.  Pergunto: como , nada?  Afinal, é ou não é um bar.  Só tinha comida. Nisto me veio à mente o nosso Poetinha, o eterno Vinicius de Moraes e me lembrei da Garota de Ipanema verdadeira, uma amiga minha chamada Lucinha que segundo ele foi o grande amor da vida dele.  Lembrei que um dia por um desses acasos tristes da vida, lhe perguntei porque a chamava de garota de Ipanema, se ela ia à Urca caminhar todos os dias na praia as 18 horas rica e bela, quase preta no verão. Ele me respondeu, humilde como sempre -   é uma licença poética , doutora.  Só me dei conta hoje.  Nunca é tarde para se ter um “raio incandescente”.  Acho que sou uma das poucas pessoas que sabe como nasceu este amor e não posso contar pois o corno tem família viva.  Foi belo, os poemas e como merecia Lucinha que também já morreu.   Mas viveram um grande amor.  É o que importa na vida.  Ser feliz.  Bom Domingo para vocês. O meu já está ganho.  Vou reler de novo o Pequeno Príncipe. 

Obs.1)  como a Rocinha está pacificada, os helicópteros que estou ouvindo, certamente, estão indo para Angra.  Ah ah ah ah.   

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