DEUS
É RACISTA
Como
durmo de TV ligada, por não saber mexer
em botões, “ e vejam que tenho até um Blog”, acordei com um rapaz de mais ou
menos 50 anos ao berros, falando sobre a escravidão negra no Brasil. Achei o
cara inteligente em suas alegações. Mas ele,
quase mulato, é racista. Mostrou bem o
seu racismo contra os brancos. Fez uma
apologia enorme sobre os negros, o que apoio, que ainda são escravos, o que
apoio. Apoio, sabendo que a maioria dos
brancos, inclusive eu, somos escravos. Tenho
que pagar para trabalhar e pagar os jantares portugueses das Dilmas da
vida. Coitada, ela nunca foi inteligente
mesmo. Caiu certo, em Portugal, onde a
gente sabe que o QI emocional é igual ao do Bush, 89, numa escala de 90 a 120. Isto não tem nada a ver.
Continuando, o rapaz continuava fazendo
terapia nos negros. Uma pena ele não saber
da existência de um tal de Marx. Se ele
o conhecesse, saberia que 95% da população brasileira “é negra, escrava de 5%
da população que detém o dinheiro e o poder”.
Ele nunca ouviu falar em luta de classes. Tudo bem.
Ninguém é perfeito. Continuou dizendo
que o Candomblé é melhor religião, pois junta negros e brancos. Brancos são poucos neste país que começou com
um índio comendo um bispo chamado sardinha.
Logo um bispo? Era gordinho
certamente, como todos os bispos. ( Ainda vou escrever sobre isso).
Negros,
eu só conheci dois no Rio de Janeiro onde moro há 40 anos. Sabe, aquele preto azulado que é quase
impossível reproduzir? Pois é, só
conheci dois. Altos dignos, com jeito de
rei de tribo africana, esguios. Enfim,
coisa rara, de leilão. O resto, meu amigo é como você nem branco, nem preto,
nem mulato.
Enfim
eu não conseguia dormir, pensando no racismo de Deus. Aí, como disse um paciente meu: “tive um “raio
incandescente” (insight), que me “acordou”. Eu também, quando penso e digo que cada um de
nós tem dentro de si um deus, ele sempre é BRANCO, e um diabo, ele sempre é
PRETO. E eu digo para todos que temos que fazer os dois
se entenderem, mas na verdade o que eu quero é que o BRANCO absorva o PRETO
para que a pessoa seja absolvida de sua briga interna, chamada de narcisismo.
Meu deus,
o Freud nunca me explicou isso. Tive que
achar sozinha, ao alvor da madrugada de um domingo que parecia ser de sol. Sendo assim, me propus a levantar cedo para
tomar banho de sol com os gatos e cachorros que sabem o horário certo do sol
que faz bem. É das 8:30 as 9:00 hs.
Como não conseguia dormir, peguei um quadro que achava pronto, mas vi
que tinha preto demais. Coloquei um cor
de rosa numa flor vermelha. Ficou menos
pior. Tenho que mostra-lo ao mestre
Darel.
Aí,
voltou o sono. Os gatos estavam
infernais. Dei uma bronca neles que
entenderam, para exercitar minhas cordas vocais, que como os dentes viraram dinossáuricos. Vou desaparecer logo, graças ao Ipad, Iphone, Ai MEU DEUS, não sei
o quê. Ninguém mais vai falar. Tudo bem.
Aprenderei mímica no que penso ser razoável. Acordei ao meio dia, fora do horário decente
para sol e levei minhas duas ou três barrigas para o pátio, para espanto dos
gatos que já estavam na sombra. Afinal eles
são racionais. Não passei bronzeador e
nem bloqueador solar. Fiquei no
seco. Como gaúcha, sou macho. Que venga el sol. Moral, fiquei vermelha na parte da frente e branca atrás. Tudo para satisfazer o cara da
madrugada. Amanha as pessoas que me
virem, vao dizer que estou dividida entre “deus e o diabo na terra do sol” do inesquecível
Glauber Rocha. Aí ao fim de 30minutos,
procurei no Garota de Ipanema - minha geladeira, uma loura gelada. É como chamam agora cerveja.
Gosto só do primeiro gole. Nada. Pergunto: como , nada? Afinal, é ou não é um bar. Só tinha comida. Nisto me veio à mente o
nosso Poetinha, o eterno Vinicius de Moraes e me lembrei da Garota de Ipanema
verdadeira, uma amiga minha chamada Lucinha que segundo ele foi o grande amor
da vida dele. Lembrei que um dia por um
desses acasos tristes da vida, lhe perguntei porque a chamava de garota de Ipanema,
se ela ia à Urca caminhar todos os dias na praia as 18 horas rica e bela, quase
preta no verão. Ele me respondeu, humilde como sempre - é uma licença poética , doutora. Só me dei conta hoje. Nunca é tarde para se ter um “raio
incandescente”. Acho que sou uma das
poucas pessoas que sabe como nasceu este amor e não posso contar pois o corno
tem família viva. Foi belo, os poemas e
como merecia Lucinha que também já morreu.
Mas viveram um grande amor. É o
que importa na vida. Ser feliz. Bom Domingo para vocês. O meu já está
ganho. Vou reler de novo o Pequeno Príncipe.
Obs.1) como a Rocinha está pacificada, os helicópteros
que estou ouvindo, certamente, estão indo para Angra. Ah ah ah ah.
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